24 de maio de 2021

Adetec e Sebrae lançam oficialmente Arranjo Produtivo Local de Agricultura Familiar e Agropecuária de Lins e região

Por Cíntia Papile

Encontro online reuniu cerca de 70 autoridades, entidades, associações, produtores rurais e empresários

 No último dia 21, Lins e toda a região deram um passo importante no desenvolvimento econômico regional. Por meio de reunião online, a Adetec e o Sebrae realizaram o lançamento oficial do Arranjo Produtivo Local (APL) de Agricultura Familiar e Agropecuária de Lins e região, com a presença de mais de 70 pessoas, entre prefeitos, secretários, entidades, associações, produtores rurais e empresários de Lins e região, e ainda, do presidente do Sebrae-SP, da diretora técnica responsável pelos APLs no estado e da gestora do Programa de Desenvolvimento Local no estado.

 

APL leva ciência ao campo

Após um estudo vocacional do município realizado pela Adetec em 2019, a instituição submeteu o projeto do APL de Agricultura Familiar e Agropecuária de Lins e região ao governo do estado, no ano passado, e conseguiu o credenciamento para integrar a Rede Paulista de APLs.

Por ter esse reconhecimento, o APL de Lins conseguirá acesso às políticas destinadas ao fortalecimento dos APLs, com qualificação de mão de obra, participação nos editais de fomento, acesso a linhas de crédito específicas e participação nos editais e demais projetos da Rede Paulista de APLs.

O APL de Lins está inserido no Programa de Desenvolvimento Local, coordenado pelo Sebrae e Adetec. O gerente regional do Sebrae Bauru, Wilson Nishimura, afirma que esses projetos têm grande impacto no desenvolvimento regional. “É um agrupamento de pessoas, lideranças, produtores extremamente motivados para que façamos um trabalho de grande impacto, que gere desenvolvimento, com ampliação de emprego e renda”, declara.

A ideia central do APL de Lins é levar a ciência e a tecnologia ao campo para desenvolver a vocação do município e região. “Vamos fortalecer o ambiente e ecossistema de inovação e tecnologia para melhorar cada vez mais a realidade do produtor e da nossa região, que tem competência, talento e potencial”, afirma o gerente da Adetec e membro da equipe de governança do APL, Flávio Anequini.

 

Tecnologia, pesquisa, capacitação e novos negócios

O APL terá uma governança, que deve ser formada pela Adetec, Sebrae, Secretarias de Agricultura dos municípios da região, sindicato rural, Senar e associações e cooperativas de produtores rurais. E um comitê científico, composto também pela Adetec, Sebrae, Apol (Associação de Produtores e Olericultores de Lins e região), Sindicato Rural/Senar e instituições de ensino de Lins e região.

O comitê auxiliará na definição dos objetivos em comum, nas demandas da região e visão de futuro para as estratégias. Durante a reunião, foi disponibilizado um formulário de pesquisa para os produtores rurais e profissionais da área responderem a respeito do que produzem, quais as necessidades e a disponibilidade para participar de capacitações.

A partir das respostas dos produtores e das demandas detectadas, define-se o plano de desenvolvimento de pesquisa, soluções e da capacitação. “Na região de Bauru, alguns agricultores conseguiram produzir cebolas em pleno verão, com tecnologias que eles pediram para gente. Como fazer isso em Lins? Vamos atrás disso. Para o pecuarista leiteiro, há o desenvolvimento de inoculantes e processos para preservação de silos, uma silagem bem feita para ser mais produtivo é importantíssimo. São nos laboratórios das instituições de ensino que faremos tudo isso, as análises de solo, pesquisa sobre uma doença ou praga e saber fazer o controle adequado e urgente”, exemplifica o consultor de agronegócio do Sebrae, Marcelo Bezerra.

Portanto, será constituído o Centro Tecnológico de Agro Precisão de Lins, que contará com programas de capacitação online e presenciais para os produtores, escritório de projetos e negócios, laboratório de análises e fazenda experimental.  

O consultor da Adetec e membro da equipe de governança do APL, Eugenio Brito, afirma que é possível interligar diversos setores de atuação ao APL. “No Unisalesiano tem uma fazenda experimental, que a gente pode testar as tecnologias que queremos adaptar ao campo. Se o APL produzir frutas, pode ser que a gente racionalize a produção de frutas, criando um negócio paralelo de geleias na Incubadora de Empresas da Adetec, por exemplo. Como existe uma formatação do legume para que possa ser comercializado, podemos recuperar receitas artesanais para que a gente possa transformar, paralelamente, a produção do que a gente já faz hoje com produtos que vão dar uma marca para a região. E o departamento do curso de nutrição pode ajudar nos processos de produção desses alimentos. Nosso APL tem estrutura suficiente para começar suas ações de qualificação de pessoas e levar ciência ao campo”, indica.

 

Força para a região

Eugenio afirma que o APL elimina a competição existente dentro da região para dar lugar a uma cooperação que resulta em maior competitividade com outras regiões. “Juntos, vamos definir as melhores práticas para que possamos desenvolver e aumentar a nossa produtividade, seremos mais competitivos com as outras regiões. Vamos sair na frente. Vamos fazer a geração de novos empregos, que é atração e retenção de talentos no campo, e a atração de investimentos”.

Na mesma linha, o presidente do Sebrae-SP, Tirso Meirelles, aponta que este é o melhor caminho para alcançar o desenvolvimento local estruturado. “O APL cria a estruturação efetiva da melhoria e cria o aspecto de vocação, onde abre um leque no processo, é daí que vai surgir a vocação tecnológica”, declara.

Além da possibilidade de obtenção de recursos financeiros para subsidiar projetos, existem outras vantagens do APL, como as capacitações em compras públicas, que dão oportunidade para pequenas empresas venderem para o governo. “Também oportuniza acesso ao mercado para essas empresas que estejam preparadas para colocar produto em alta escala, não apenas a venda para o consumidor final. É um grande ganho para a região”, ressalta a gestora do PDL no estado e responsável pelos APLs do Sebrae no estado, Flávia Ferreira.

 

Caminho do sucesso

O APL de Lins iniciou bem o caminho para o sucesso, segundo a diretora técnica responsável pelos APLs do estado de São Paulo, Eneide Gama. “Esse é o primeiro passo para ter um APL de sucesso, ter essa governança e envolvimento. O mais difícil é conseguir juntar todos os atores e lideranças, e a sala cheia é o exemplo que o primeiro passo foi bem dado. Nós, da Secretaria de Desenvolvimento do Estado, já reconhecemos e respeitamos o APL de Lins como um APL em desenvolvimento”.

A gestora Flávia confirma a teoria e aponta que os APLs que conseguem resultados finalísticos para o desenvolvimento econômico da região são aqueles que têm uma governança instituída. “Por isso parabenizo a Adetec, porque quando existe uma entidade gestora do APL e ela se movimento junto com a governança, que são as instituições de ensino, prefeitura, associações, sindicatos, as coisas têm acontecido e dado certo”.

E o prefeito de Lins, João Pandolfi, sinalizou que está feliz com a conquista e parceria, que pode trazer melhoria na produção rural e alcance comercial, gerando renda para a cidade. “Quero parabenizar o protagonismo assumido pela Adetec. É um projeto que vai gerar bons frutos em nossa cidade, e é o começo, que pode ser feito em outros segmentos e atingir o desenvolvimento que tanto queremos”.

Agora, as instituições devem se unir para começar a operar as ações previstas do APL em 2021, como os cursos de capacitação de boas práticas, a concessão de bolsas de iniciação científica, a adaptação do cultivo de cebola e batata ao clima de Lins, adequação dos laboratórios para análise química de solo, entre outras. Além das demandas que surgirão a partir do formulário entregue aos produtores.

O presidente da Adetec, Cássio Bauléo, também pediu que os governos municipais da região tragam mais demandas. “Às vezes a gente se preocupa em trazer empresas físicas, mas trazendo demandas nós também vamos aumentar o trabalho, gerar emprego, gerar ações específicas para que o homem do campo tenha seu espaço para trabalhar e as universidades usem a capacidade científica para produzir soluções. Quanto mais demandas, maiores soluções e muito trabalho. E é isso que a Adetec promete, gerir um trabalho de valor agregado, porque os próximos meses serão de muito trabalho e realização”, afirmou, após apresentar as ações e programas desenvolvidos pela Adetec em seus 20 anos de atuação no desenvolvimento da região.

 

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